The Favourite, EUA, 2018, Drama, 119 minutos
Direção: Yorgos Lanthimos
Elenco: Olivia Colman, Emma Stone, Rachel Weisz, Nicholas Hoult
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 Anos
Contém: Conteúdo sexual, Nudez, Linguagem imprópria
Áudio em inglês, com legendas em português
“Há limites para o que podemos dar”. The Favourite tornou-se um grande exemplo a ser seguido quanto a produção de um filme de época, baseado em uma história real. Trazendo uma ambientação com enorme potencial fotográfico e figuras históricas controversas, o filme demonstra como dramatizar fatos histórios e com isso criar um roteiro com uma profundidade notável, onde é possível excitar a curiosidade do público devido as singularidades sobre personalidades famosas.
O filme retrata um curto período do século XVIII, acompanhando a rainha Ana, sua amiga Sarah Churchill e uma recém empregada doméstica e prima de Sarah, Abgail. Na história, a Rainha está passando por diversas dores e problemas psicológicos, que dificultam não apenas o seu andar, mas também o seu próprio governo. Todos esses problemas e a pressão imposta à Ana, faz com que o peso da opinião de Sarah, sua amiga desde a infância, pese tanto a ponto de diversas decisões sobre o reinado serem tomadas por ela própria.
Essa profunda e complexa relação é abalada com a chegada de Abgail, uma antiga dama que perdeu seu posto depois de péssimas escolhas cometidas por seu pai, e que agora vem pedir ajuda a sua prima, Sarah. Como a nova empregada doméstica, rapidamente ela consegue se envolver com a rainha, devido a uma personalidade carinhosa e acolhedora e também a notável solidão e carência que a rainha sente. Nisso, acompanhamos uma história repleta de mentiras, erotismo e a manipulação. Tanto Sarah, quanto Abgail parecem utilizar a rainha para subirem na vida, ainda que exista uma relação entre elas que vai muito além de uma simples definição.
Com tudo isso, o diretor usa e abusa da rivalidade criada entre as duas primas para tirar o máximo da atuação que as suas atrizes podem entregar, além de criar cenas que descrevem muito bem o sentimento dos personagens, como em seu uso da lente grande angular para espelhar um sentimento de confusão mental no telespectador, principalmente em cenas de grande sofrimento da rainha. Todos esses diferenciais na direção, juntos de um roteiro que traz diálogos muito bem desenvolvidos, cria espaço para uma imersão na história muito profunda e diferenciada.
O filme foi indicado ao Oscar em 10 categoria, incluindo Melhor Filme, e venceu a de Melhor Atriz com Olivia Colman.
Igor S. Santos