A GRIPE
The Flu, Coréia do Sul, 2013, Ação/Suspense, 122 minutos
Direção: Sung-su Kim
Elenco: Jang Hyuk, Soo Ae, Park Min-ha
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 12 ANOS
Contém: Drogas Lícitas, Violência
Onde encontrar: Netflix

 

Se semana passada indicamos um filme sobre pandemia que em diversos momentos beirava o documental – Contágio (2011), dessa vez o filme é bem menos realista e não retrata uma pandemia, mas um surto de uma variação da gripe aviária em uma cidade coreana. Trata-se de surto porque a doença tem um aumento de casos apenas uma determinada região, diferente de epidemia que acontece em diversas localidades e de uma pandemia, que seria uma epidemia em escala mundial.

A Gripe é um filme sul-coreano de 2013, em que acompanhamos o bombeiro Kang Ji-goo e a médica Kim In-hae durante transmissão descontrolada da nova doença na cidade de Bundang. A variação do vírus cria uma doença extremamente letal e contagiosa, colocando a cidade em estado de emergência. In-hae fará de tudo para sobreviver ao lado de sua filha pequena e para isso contará com a ajuda de Ji-goo.

O filme tem objetivo de prender sua atenção, chocar e emocionar; e faz isso abandonando laços com a realidade, apesar de alcançar seu objetivo com êxito. Ainda assim, o longa ainda pode mostrar alguns pontos importantes. Exemplo disso é como a falta de planejamento durante uma situação dessas pode gerar pânico e agravar a situação catastrófica retratada. É mais um filme em que tudo piora quando aqueles que estão no poder se recusam a seguir a ciência e protocolos recomendados durante a crise.

Um fato muito interessante é que o filme mostra uma Coréia do Sul despreparada para enfrentar a doença. E, realmente, em 2015 houve um surto de uma doença respiratória no país, quando o governo foi muito criticado pela forma como lidou com a situação. Por fim, o país entendeu que surtos e epidemias poderiam ocorrer novamente e resolveu adaptar a infraestrutura e os protocolos para essa possibilidade. Não é à toa que a Coréia do Sul é um exemplo a ser seguido na atual crise da Covid-19.

O filme ainda utiliza de um ponto bem real como base: a possibilidade de mutações de vírus já conhecidos e que atualmente não podem se transmitir entre humanos para uma variação que possa causar uma epidemia e ser letal para a humanidade. Esta é umas das preocupações da OMS que, junto à comunidade científica, busca monitorar e estudar novas doenças a fim de, dentro da incerteza, ajudar a saúde pública mundial.

 

Lucas Henrique Sant´Anna