O Jardim da Percepção é uma exposição de 600m² construída ao ar livre composta por objetos interativos que exigem envolvimento intelectual dos visitantes. Os objetos estão dispostos de maneira a facilitar a apreensão dos temas científicos e das inúmeras correlações entre eles numa dinâmica que reflete a diversidade de temas científicos, recorrendo aos nossos órgãos sensoriais para perceber a ciência intrínseca nos objetos.
As percepções:
- Percepção da forma
- Percepção da direção
- Percepção do tempo histórico
- Percepção do som
- Percepção da força
Percepção da Forma
Calçada das Pegadas – É comum ver em filmes de aventura e de exploradores pessoas identificando pegadas em meio à selva, nas calçadas externas do CDCC você pode fazer o mesmo, procure identificar as pegadas ao redor do prédio!
Ao redor do prédio do CDCC, notamos a presença de diversas pegadas de mamíferos e aves, elas foram feitas com base em moldes coletados no campo e são utilizadas para explorar essa percepção da forma nos visitantes, além de instigar a curiosidade nos que passam pelas calçadas do centro de ciências.
Os crânios e a evolução –Na escala evolutiva, qual espécie vem antes e qual vem depois?
Quer uma dica? Podemos visualizar e tocar cinco diferenças marcantes entre as espécies: as
têmporas, as narinas, a arcada dentária, a cavidade dos olhos e os crânios.
Confeccionados em bronze, os crânios representam espécies que compõem a linha evolutiva do homem: Australopithecus afarensis, Homo habilis, Homo erectus, Homo sapiens neanderthalensis e Homo sapiens sapiens. Existe também no local um crânio da espécie Gorilla gorilla que, embora não pertença à mesma linha evolutiva do homem, ilustra as semelhanças existentes entre elas e o possível parentesco. Esta percepção é estimulada mediante uma questão provocativa em que os visitantes procuram, por meio da visão e do tato, identificar detalhes que correspondam às espécies.
Percepção da Direção
Rosa dos Ventos –Do CDCC à sua casa. Qual direção você deve seguir? Você sabia que a cidade de São Carlos segue a distribuição geográfica baseada no esquema de direção da Rosa dos Ventos. Para qual lado está localizada a Avenida São Carlos? Qual é a sua direção?
Construída em um mosaico no chão, logo na entrada do prédio do CDCC, a rosa dos ventos leva esse nome por sua diagramação, na qual os pontos cardeais ocupam um formato de flor, na extremidade de cada “pétala” se localiza uma das direções (N, S, L, O).
A percepção geográfica é muito importante para todos, apesar de muitas vezes a ignoramos completamente, a rosa dos ventos pode atentar o visitante a isso, além de evidenciar o planejamento e a distribuição geográfica das ruas de São Carlos.
Percepção do Tempo Histórico
Você já conversou com seus avós ou pais sobre a história de São Carlos? O CDCC ocupa um espacinho dentro das suas memórias afetivas?
Composto por quatro painéis impressos em lona, a exposição memórias do CDCC foi concebida em homenagem aos 40 anos de história do centro de divulgação científica e cultural e narra a formação do centro de ciências na cidade de São Carlos e descreve as muitas conquistas dos seus funcionários e colaboradores.
Os painéis resgatam a memória do prédio e outros fatos importantes da nossa cultura. As lembranças são essenciais na contextualização da ciência presente em nossas vidas e na evolução de uma cidade. O presente também deve ser representado, assim como o futuro, o qual nos reserva muitas surpresas.
Essa exposição continua na parte interna do prédio nas instalações do busto de Dante Alighieri e na mesa com o álbum fotográfico e documentos históricos da sociedade Dante Alighieri, os construtores e antigos proprietários do edifício que hoje é patrimônio da Universidade de São Paulo.
Visite também o site comemorativo dos 40 anos do CDCC e a exposição virtual: https://sites.usp.br/cdcc40anos/
Percepção do Som
Tubos sonoros – De dó a dó. O que faz a diferença nas notas musicais que são ressoadas pelos tubos? Bata pausadamente em cada um dos tubos e procure entender o que acontece!
Compostos por 8 tubos de tamanhos diferentes e uma baqueta de madeira, os tubos sonoros permitem ao visitante tocar as notas musicais além de permitir a percepção do som como vibração do material.
Como percebemos se um som é grave ou agudo? De onde vem isso? Tocando na sequência do tubo mais comprido para o mais curto, temos a sequência de notas: dó, ré mi, fá, sol, lá si, dó. Podemos perceber qual nota é mais grave? e mais aguda? Os sons são resultantes de vibrações que se propagam em um meio material (ar, água e outros), coloque a mão no tubo logo depois de bater nele, você sente as vibrações?.
Agora, se você quiser toque essa música nos tubos: dó, ré, mi fá, fá, fá; dó, ré, dó, ré, ré, ré; dó, sol,fá, mi, mi, mi; dó, ré, mi, fá, fá, fá
Tubo de eco – Alô, alô! Eco, eco? Alguém aí me escuta? Tente produzir algum som na entrada do tubo, uma palma, um grito, um poema!
Um tubo azul com 30 m de comprimento e diâmetro de 40 cm, permite ouvir o eco de um som emitido em sua extremidade, esse fenômeno ocorre por causa da reflexão da onda sonora na outra extremidade.
O eco é diferente da reverberação, a segunda ocorre quando ouvimos aquele resquício de som após falarmos, o primeiro permite que entendamos perfeitamente o som, pois ele retorna aos nossos ouvidos alguns momentos depois, permitindo uma clara distinção entre as falas. Em resumo: o eco acontece quando a reflexão do som permite que nós escutemos o que dissemos duas vezes e não apenas uma como de costume.
Você sabia que o eco tem esse nome por causa de um mito grego? Vale a pena visitar a biblioteca do CDCC para ler mais sobre essa e muitas outras histórias gregas!
Espelhos acústicos – Com um colega, se posicionem cada um em um dos espelhos acústicos, um fala e o outro escuta, depois troquem de papéis, o que vocês notam?
Composto de duas conchas parabólicas azuis distantes em torno de 14m, as conchas acústicas permitem notar a reflexão do som, corroborando para a percepção do som como onda!
Já percebeu situações em que você está entre paredes e, de repente, ouve claramente o que fala alguém que está afastado? Os espelhos trazem essa percepção para a exposição do CDCC, podemos ouvir claramente alguém que está sussurrando a mais de 10 metros de distância. Esse é o verdadeiro telefone sem fio!
Percepção da Força
Alavanca – Dê-me uma alavanca e eu moverei o mundo! Puxe as cordas e veja se você nota a diferença na força! Vale apontar que mesmo se ninguém estiver sentado na cadeira você ainda está levantando 60kg!
A alavanca é um experimento simples, composto por uma grande barra de ferro na qual em uma extremidade se encontra uma cadeira e 60kg presos a ela, em seguida há um ponto de apoio e do outro lado 5 cordas equidistantes para os visitantes puxarem.
Levante a cadeira, puxando cada uma das cordas. Por que fica mais difícil levantar a cadeira quando chegamos mais perto do ponto de apoio?
A resposta disso passa pelo princípio de uma alavanca, quanto mais próximos estamos do ponto de apoio, maior a força que temos que exercer, quanto mais afastados mais o braço da alavanca auxilia no torque.
Você consegue imaginar outros exemplos do dia a dia que utilizam da alavanca? São muitos: tesouras, alicates, portas, guindastes e até o nosso braço!
Polias – Quatro cordas iguais, quatro pesos iguais, com 10kg! Puxe as cordas, veja se você nota alguma diferença entre o peso aparente.
As polias são um conjunto de quatro cordas, ligadas a uma polia fixa e a um peso de 10kg embaixo, na primeira corda não há nenhuma polia móvel, na segunda corda há uma polia e assim por diante, até que na quarta corda há 3 polias móveis.
Puxe as cordas e procure levantar os pesos, note que quanto mais polias na corda, menos força você precisa exercer para movimentar o peso, mas essa facilidade não vem sem custo? Você notou que os pesos me movem cada vez menos quando utilizamos mais polias?
Percepção Térmica
Calor e temperatura – Quente ou frio? Qual a sensação? Está pelando, está congelando? Coloque uma mão no corrimão quente e uma no frio, espere 10 segundos e as coloque no central. Como podemos diferenciar essas sensações no corrimão do meio
O dispositivo é um corrimão de escada composto por três tubos paralelos com diferentes temperaturas. No tubo de uma das extremidades circula água quente e no outro, água gelada. O tubo central circula água à temperatura ambiente para manter a temperatura média.
É conhecida a sensação de quente ou frio quando tocamos um objeto ou mudamos de ambiente. Nosso sistema nervoso, ao tocarmos um objeto com a mão, por exemplo, usa o fluxo de calor entre o objeto e a mão para as sensações de quente ou frio: se o calor vai do ambiente para a mão, sentimos “quente”; se sai da mão para o ambiente, sentimos “frio”.
Estas sensações podem ser equivocadas quando seguramos com a mão um objeto frio (tubo 2) e com a outra mão seguramos um objeto quente (tubo 1) e em seguida seguramos simultaneamente com as duas mãos um terceiro objeto que esteja à temperatura ambiente (tubo do meio). O que vai acontecer? A mão que segurava o tubo 1 (frio) vai ter a sensação que o tubo do meio (temperatura ambiente) é quente e a mão que segurava tubo 2 (quente) vai ter a sensação que o objeto é frio.
Esta experiência foi sugerida por John Locke em 1690 e mostra que calor é energia em trânsito e temperatura é a grandeza física que os corpos possuem, o que sentimos (tanto no tubo quente quanto no frio) é o calor, entrando ou saindo da nossa mão, para determinar temperaturas precisamos de equipamentos como os termômetros.
Percepção da Imagem
Espelho espelho meu, existe alguém mais esticado do que eu? Ou mais gordo? Meu Deus, porque a imagem muda tanto de espelho para espelho?
O experimento é um conjunto de 6 espelhos curvos, entre esféricos, cilíndricos e composições, dispostos enfileirados nas paredes do prédio.
Os espelhos são retos em uma direção (horizontal ou vertical) e curvos na outra. Com isto uma das dimensões é distorcida e percebemos uma aparente distorção de nosso corpo; quem é gordo parece magro ou vice-versa, dependendo do espelho. Há ainda espelhos esféricos que distorcem a imagem de formas diferentes a depender da nossa distância.
Cadeiras – Sente-se, mas não basta se sentar, para ver a ilusão das cadeiras você vai precisar de 3 pessoas sentadas e uma pessoa batendo uma linda foto de recordação! Como ficaram os tamanhos das pessoas na foto?
Compostas por um conjunto de três cadeiras de madeira, iguais em todos os aspectos exceto pelo tamanho, uma delas é pequena, uma média e uma grande.
O experimento é uma ilusão de óptica, quando temos três pessoas sentadas nas cadeiras são fotografadas de um ângulo baixo as pessoas aparentam ter tamanhos muito diferentes, quem está na cadeira pequena parece gigante e quem está na grande parece pequeno, isso ocorre porque nosso cérebro entende que as cadeiras têm o mesmo tamanho, e consequentemente as pessoas em cima delas teriam tamanhos diferentes.
Percepção da Vertical
Casa Maluca – De fora a casa está inclinada? Parece muito maluca? É possível que o interior esteja muito diferente? Com a presença de um monitor, entre e descubra os segredos da casa.
Com seu assoalho, paredes e teto em uma inclinação de 15° com a horizontal, a casa maluca simula uma pequena casa, com uma mesa de sinuca, cadeiras, relógio, livros na estante, água e duas rodas d’água. A inclinação faz com que a interação com os objetos seja contraintuitiva, desafiando nossa percepção da gravidade, do equilíbrio, da força e gerando ilusões de ótica.
O efeito se dá principalmente pela nossa percepção de vertical, realizada pelo labirinto, um pequeno órgão localizado na região da orelha em conflito com a nossa percepção visual, que atesta que tudo está de acordo com
A visita da casa só ocorre com a presença do monitor, então procure ficar atento com os horários de visitação e não perca essa experiência de girar a cabeça.
Percepção do Ambiente
Espaço com vegetação que compõem o Cerrado e a Mata ciliar.
Ambientes onde o olhar, sentir, cheirar são essenciais para se conhecer/perceber o ambiente. Os visitantes ao percorrerem uma trilha têm a oportunidade de explorar as especificidades de cada ambiente. O cerrado é um bioma que vem sofrendo várias alterações causando a extinção de sua fauna e flora.
Nessa trilha do cerrado iremos nos deparar com ipê- amarelo, ipê-felpudo, grumixama, cereja-do-cerrado e araçá. Nossas conversas se somam à utilização dos sentidos dos visitantes, pois têm a oportunidade de tocar, cheirar, em cada uma das espécies citadas acima, além de informações sobre as característica das espécies, e utilidades para o ambiente e para nós, seres humanos.
Na trilha de Mata Ciliar encontramos espécies como: palmito-juçara, urucum, manacá-da-serra, embaúda, pau-brasil etc.
Energias Alternativas
Energia Solar – Esse objeto é composto por uma placa solar com capacidade de geração de 75 watts direcionada para o Sol. A estrutura pode girar 360 graus e possibilidade de inclinação para posicionar-se o máximo aos raios solares. Integra ao aparato um tubo de acrílico que abaixo tem uma bomba d´água que faz jorrar água dentro do tubo de acrílico transparente que tem uma bolinha de plástico em seu interior de forma que a altura dessa bola indicará se está gerando mais ou menos energia, dependendo da posição da placa em relação ao sol e evidentemente do sol existente.
Energia solar vale a pena? Quanto é o investimento em placas solares residenciais?
Energia Eólica – A energia cinética do ar em movimento pode ser transformada em energia elétrica.
O gerador eólico do CDCC está fixado três metros acima do teto. Ele pode gerar até 400W se o vento tiver velocidade entre 40 e 48 km/h. Segundo a ANEEL o Brasil tem capacidade de energia eólica instalada de 248MW. Isso quer dizer que essa energia está disponível a qualquer momento?
Energia Hidráulica – Assim que se descobriu o gerador elétrico, apareceu a ideia de se usar quedas d’água para construir as usinas hidrelétricas.
Você sabe como a energia gravitacional da água é transformada em energia elétrica? E como a água adquiriu essa energia gravitacional?
Você conhece a Usina de Itaipu? Onde estão as “rodas d’água” dela?
Abaixo você pode assistir um vídeo sobre as Exposições de Ciências nas áreas externas do CDCC.