The Red Shoes, Reino Unido, 1948, Musical, 134 minutos
Direção: Michael Powell, Emeric Pressburger
Elenco: Anton Walbrook, Moira Shearer, Marius Goring
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 ANOS
Contém: Diálogo Adulto
Áudio original em inglês, legendas em português
Dois jovens talentos ingressam em uma das maiores companhias de balé do mundo, Balllet Lermontov – administrada pelo tirânico, apaixonado pela arte, Boris Lermontov. Um destes jovens é Julian Craster, um compositor já capaz de compor verdadeiras obras de arte. O segundo é a grande personagem do filme, Victoria Page, uma bela bailarina que desde o início se mostra determinada com a dança. Ambos se tornam figuras principais da companhia quando Boris resolve adaptar para o balé o conto Os Sapatinhos Vermelhos, um compõe a trilha da peça, outra dança no papel principal e os dois se apaixonam. Por meio desse espetáculo, o próprio filme se torna uma releitura da história que será apresentada nos palcos e Page se questiona sobre aquilo que mais lhe realiza, a paixão e ambição pela dança ou sua vida amorosa?
Os Sapatinhos Vermelhos é um filme belo, consegue hipnotizar com apresentações de balé que são mais que espetaculares, algumas sendo extremamente subjetivas e surrealistas. Powell e Pressburger, ou The Archers, como a dupla ficou conhecida, criaram uma experiência inesquecível sobre os limites entre devoção e escravidão pela realização artística. A dupla é uma das maiores colaborações do cinema britânico – se não da história do cinema – e temos que esse é uma das suas melhores obras e uma das menos conhecidas comparados aos diversos filmes de guerra produzidos pela dupla. Apesar de ser menos lembrado, é referência na forma como usa suas cores e em como é simplesmente lindo na construção de suas sequências musicais.
É o tipo de filme do qual se pode escrever páginas e mais páginas sobre, mas mesmo assim não seria suficiente para se passar a sensação de uma única cena. Podia-se dizer que o cinema nasce para filmes assim, onde as imagens são sentimentos e dança. Onde quadros ganham movimento e bailam. Cor, Som e História em perfeita união.
Lucas Henrique Sant’Anna