Orfeu Negro, Brasil, 1959, Romance, 107 minutos
Direção: Marcel Camus
Elenco: Breno Mello, Marpessa Dawn, Lourdes de Oliveira, Léa Garcia
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 12 anos
Contém: Cenas inadequadas
Áudio em português, sem legendas
Agraciado com o Oscar de melhor filme estrangeiro em 1960, Orfeu Negro foi dirigido pelo diretor francês Marcel Camus, que buscou adaptar a peça teatral “Orfeu da Conceição”, escrita pelo grande artista brasileiro Vinicius de Morais.
Ambientado em uma favela do Rio de Janeiro durante a época de carnaval, o longa traz sua história inspirada em uma das tragédias da mitologia grega, a de Orfeu e Eurídice. Nela, conhecemos Eurídice, uma garota simples do sertão nordestino, que está sendo perseguida por um homem de figura estranha. Por conta disso, ela foge para a casa de sua prima, no Rio, onde conhece Orfeu, que havia recém-casado.
Logo, os dois protagonistas, em meio à preparação do desfile de carnaval, apaixonam-se, algo que ocorre de forma quase mística, como se ambos estivessem conectados de uma forma especial. Enquanto isso, um homem mascarado, perseguidor de Eurídice, a vigia esperando um momento oportuno.
O filme é muito marcado pela sua trilha sonora, produzida por grandes músicos como Tom Jobim e Luís Bonfá, dos quais apenas esses dois acabaram por serem creditados. O diretor também teve ideias um tanto quanto arriscadas para moldar a sua adaptação, como por exemplo suas escolhas de elenco, com quase todos os atores amadores, incluindo o Breno Mello, até então jogador do Fluminense e que viria a interpretar o protagonista Orfeu. Há também uma clara dificuldade de construção simbólica quanto a união de uma história miológica tão rica em interpretações psicológicas como a de Orfeu e Eurídice e o Carnaval brasileiro, que é rico por si só quando se fala em questões históricas e socioculturais.
Ainda assim, assistindo o longa nos deparamos com uma ótima obra cinematográfica, que consegue trazer um visual e uma trilha sonora marcantes, junto de personagens cativantes e com os quais conseguimos nos identificar.
Igor S. Santos