Brasil, 1975, Drama, 89 minutos
Direção: Héctor Babenco
Elenco: Paulo José, Marília Pêra, Vick Militello
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 18 anos
Contém: Agressão física, drogas
Áudio original em português
Sopro no coração. Trata-se de um som que o corpo produz, semelhante a um sopro de ar, gerado quando pela passagem de sangue nas estruturas do coração. Quando este fluxo deixa de ser laminar, ou quando corre uniformemente, e passa a ser turbilhonar, ou quando corre agitadamente, há vibrações sonoras. É esse som que um médico pode identificar quando usa o estetoscópio. Identificado, sinaliza que há no indivíduo problemas cardíacos de pouco a muito graves, desde anemia a infartos agudos.
É justamente de um sopro no coração que sofre Ana, amor de juventude de nosso protagonista. Estamos ambientados em uma São Paulo dos anos 20 ou 30 quando Tertuliano, ou Tezinho, declara sua paixão e pede a mão à família da moça. A negativa se baseia em interná-la numa clínica distante, temendo maiores complicações da tal doença, o que não impede os noivos de trocarem cartas.
A mãe de Tezinho, procurando não o deixar solteiro, apresenta-o à três irmãs igualmente Marias: das Dores, das Graças e do Socorro. Ao mesmo tempo, perambulando por cabarés, encontra uma mulher cantando o tango Nostalgias e a deseja. Alertado que ela atende por Pupi e é conhecida como a Rainha da Noite, almeja ele, portanto, ser o Rei da Noite. Nesse ínterim, segue ainda trocando cartas com Aninha.
No encaminhamento de seu novo noivado, das Dores sucumbe. Escolhe então das Graças. Nas noites, obstinado, Tezinho segue atrás de Pupi, em um caso recheado de altos e baixos. E as missivas endereçadas a Aninha não cessam. Tezinho, portanto, tem todas as mulheres e não tem nenhuma.
Este é o primeiro longa de Hector Babenco. Sua assinatura, a de mostrar a realidade brutal como é, começa a se lapidar aqui.
André Castilho