No Way Out, EUA, 1950, Crime/Drama, 106 minutos

Direção: Joseph L. Mankiewicz

Elenco: Richard Widmark, Linda Darnell, Stephen McNally, Sidney Poitier

CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 ANOS

Contém: Violência, temas sensíveis

Onde encontrar: YouTube

Trata-se de um filme noir que conta a história do Dr. Luther Brooks, um médico negro que trabalha no Hospital Municipal de sua cidade. O drama discute inúmeras questões além do preconceito, incluindo como o médico afro-americano tenta provar que é digno do cargo, mas ainda não tem certeza de suas habilidades; como o chefe executivo do hospital municipal deve contar com fundos públicos e políticos caprichosos para a sobrevivência da instituição; quão duro Brooks trabalhou para chegar a este ponto em sua vida – engraxando sapatos, lavando pratos e esvaziando o lixo; como é difícil para Edie superar sua educação de classe socioeconômica; como as tensões raciais e a raiva sempre fervem logo abaixo da superfície da vida americana da época; e como as acusações de discriminação reversa motivam o ódio racial de Ray e sua comunidade.

O filme começa com Brooks sendo parabenizado por seu mentor, Dr. Dan Wharton, ao passar no exame que garante a licença médica e sua realocação à ala prisional do hospital. Quando dois assaltantes feridos, Ray e Johnny Biddle, chegam à emergência após serem baleados em uma tentativa de roubo, Brooks decide investigar se Johnny sofre com um tumor cerebral, mesmo tendo sido atingido na perna, e realiza uma punção cerebral para verificar seu diagnóstico. Durante o procedimento, Johnny morre, e Ray acusa o médico de ter matado o irmão, jurando vingança sobre ele e toda a comunidade afro-americana. Brooks desesperadamente tenta obter a autópsia para verificar se tomou a decisão errada, mas Ray recusa, o que leva Brooks e Wharton a buscar a permissão da ex-esposa de Johnny, Edie. A obsessão por vingança de Ray se torna o planejamento de um massacre em um bairro negro e causa uma guerra racial na cidade.

Recheado de declarações de ódio e ciência médica, O Ódio É Cego utiliza técnicas de filme noir por um diretor mestre, e faz refletir como a sociedade era organizada em 1950 e os reflexos dos julgamentos raciais nos dias de hoje.

Foi indicado ao Oscar de melhor roteiro em 1951.

Mayara Sentalin