Kiss of the Spider-Woman, EUA-Brasil, 1985, Drama, 117 minutos
Direção: Héctor Babenco
Elenco: William Hurt, Raúl Juliá, Sônia Braga
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 18 anos
Contém: Crime de ódio, tortura, linguagem imprópria
Áudio em inglês com legendas em português
Pode uma convivência efêmera, completamente induzida pelo acaso e susceptível à constantes instabilidades florescer? Transformar-se em uma conexão empática e de confiança por ambas as partes? Em “O Beijo da Mulher Aranha” essa questão é complexa de decifrar.
Valentín Arregui e Luís Molina dividem cela em uma prisão da América do Sul, durante o regime ditatorial. Um é preso político de esquerda, integrante da luta armada e líder de uma organização marxista que vivia em constante tensão com forças anticomunistas da época. Enquanto o outro é preso pela corrupção de um menor. Tendo que a interação entre os presos e suas personalidades contrastantes permanece quase que exclusivamente confinada entre quatro paredes do cárcere, conflitos são inevitáveis.
Sob ares pesados, violentos e repressores, Luis Molina nos entrega suspiros de leveza e a liberdade para imaginar e mergulhar em suas fantasias descritivas. O personagem de William Hurt foi tão bem construído e encenado, a ponto de tê-lo feito ganhar os prêmios de Melhor Ator no Festival de Cinema de Cannes em 1985, no Oscar e no BAFTA em 1986.
O quarto longa-metragem do diretor Héctor Babenco ultrapassou as fronteiras nacionais, estreando no Festival de Cannes de 1985. “O Beijo da Mulher Aranha” entrou para a lista feita pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos.
Lara Moreira