Limelight, EUA, 1952, Drama, 137 Minutos

Direção: Charles Chaplin

Elenco: Charles Chaplin, Claire Bloom, Nigel Bruce

CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: LIVRE

Áudio em inglês com legendas em português

 

Uma das grandes obras primas do cinema, Luzes da Ribalta, um dos últimos grandes filmes de Charles Chaplin, encapsula a beleza efêmera e atemporal do mundo do entretenimento. Este filme é uma verdadeira celebração da magia dos espetáculos, enquanto explora temas profundos como a solidão e a busca pela aceitação.

A trama gira em torno de Calveiro, um palhaço envelhecido e decadente, interpretado magistralmente por Chaplin, que encontra uma jovem mulher, Terry, à beira da morte por overdose. O velho artista resgata Terry e, ao longo da história, eles desenvolvem uma relação onde cada um ilumina a vida do outro. Ambos os personagens compartilham de sua grande ligação com a arte e veem um no outro um porto seguro, onde podem demonstrar suas fraquezas e também combatê-las. Esse vínculo construído entre os dois personagens é um espetáculo emocional por si só, repleto de nuances e complexidade humana.

Chaplin utiliza uma fotografia em preto e branco deslumbrante para criar uma atmosfera nostálgica e melancólica que realça a atuação brilhante de todo o elenco. A cinematografia é uma verdadeira obra de arte, com planos meticulosamente elaborados que transportam o espectador para o próprio sentimento dos personagens.

Já a trilha sonora de David Raksin é uma peça fundamental na construção das emoções do filme, complementando a narrativa de maneira magistral. A música, muitas vezes alegre e vibrante, contrasta com a solidão e o sofrimento dos personagens, criando uma tensão dramática que é ao mesmo tempo bela e angustiante.

Em sua essência, o filme além de ser uma reflexão sobre a passagem do tempo, o envelhecimento e a eterna busca por conhecimento e amor, também é um tributo à arte, à comédia, à tristeza e à humanidade. Tornando-se uma obra atemporal, é um grande exemplo de como o cinema pode ser uma forma de expressão artística que transcende gerações, provocando reflexões sobre todas as esferas da vida.

Igor S. Santos