La Historia Oficial, Argentina, 1985, Drama, 112 minutos

Direção: Luis Puenzo

Elenco: Héctor Alterio, Norma Aleandro, Chuncuna Villafañe e Hugo Arana

CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 anos

Contém: Violência

Onde encontrar: Netflix

Trata-se de uma obra argentina recheada de denúncia e críticas políticas para com o regime da Ditadura Militar Argentina (1976-1983), representando o drama e a tragédia vividos por algumas pessoas durante o período, em virtude da perseguição política que ocorreu. Como filme latino-americano, carrega em muito a excelência e as características gerais dos filmes da região, tais como ficção pautada em temas e ambientes realistas. A história se passa pelo ponto de vista de Alicia, uma professora de história que desconhece as atrocidades feitas durante o regime militar, mas que acaba investigando coisas deste sombrio passado que vão mudar de vez toda a sua visão da realidade.

Em princípio, Alicia é apresentada como uma bem instruída professora, com a vida estabilizada junto a sua filha adotiva Gaby, trazida pelo seu marido Roberto. Entretanto, tudo muda quando chega do exílio sua amiga Ana, que sofreu perseguição política. Em pouco tempo, a protagonista começa a descobrir os horrores e tragédias vividos pelos opositores do regime na época, e muito pior, posteriormente começa a ter razões para crer na possibilidade de que Roberto tenha conspirado em favor do Governo, o que resulta até mesmo no terrível motivo pelo qual ele traz Gaby a Alicia para adotá-la. Mais pistas são encontradas por Alicia, que investiga toda essa nefasta ligação até ela encontrar aquela que seria a avó biológica da criança, na famosa Manifestação das Mães na Praça de Maio, que realmente ocorreu na Argentina, onde mães e pais de presos políticos denunciavam e exigiam que a justiça fosse feita.

Assim, trata-se de um filme com o enredo construído de maneira bastante simples e linear, bem desenvolvido com essa questão da investigação presente na trama, o que além de atraente na obra, auxilia o espectador na imersão dela, tendo em vista que foi feita de maneira a apresentar muito bem o enredo do filme e com a sutileza narrativa feita de maneira a apresentar as denúncias que o filme se propõe a fazer, de maneira bastante poética tendo em vista a trajetória da protagonista.

Dessa maneira, apesar de ter uma produção bastante conturbada, o filme conseguiu ter o prestígio de ser um dos poucos filmes latino-americanos a conseguir a honra de ganhar o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, na cerimônia de 1986, além de ter sido indicado como Melhor Roteiro nessa mesma cerimônia. Entre os outros prêmios, o filme também teve o prestígio de ser o Melhor Filme Estrangeiro (1986) pelo Globo De Ouro, o prêmio Interfilm do Festival de Berlim de 1986, 3 prêmios pelo Festival de Cannes, entre outros.

Thiago Freire Nascimento