Faust – Eine Deutsche Volkssage, Alemanha, Drama, 1926, 116 minutos
Direção: F.W. Murnau
Elenco: Emil Jannings, Gösta Ekman, Camilla Horn
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 ANOS
Contém: Tensão, Violência
Filme mudo com legendas em português
Alemanha da Idade Média. A peste negra assombra uma população vulnerável. A medicina baseia-se no curandeirismo e não há políticas públicas de higiene nas cidades. A influência cristã é esmagadora e as profecias exacerbadas. Na tentativa de erradicar aquela doença, eram frequentes orações, penitências, peregrinações e buscas incessantes por benzedeiros, astrólogos, sacerdotes e sobretudo por alquimistas.
Fausto, essa fera aí, é um velho alquimista do lugar, que tenta produzir um elixir para curar a peste. Ao voltar para casa, frustrado com a ineficácia de sua poção e angustiado com o padecimento severo das pessoas ao redor, arremessa seus livros na lareira. O vento gerado na queima faz com que o livro mais alto se abra numa página específica – terá sido coincidência? – onde se instrui como recorrer às forças das trevas. Tomando esta opção como recurso derradeiro contra o flagelo, Fausto segue a cartilha.
À noite vai até uma encruzilhada e invoca o ente demoníaco Mefisto. A cena é dantesca: raios, trovoadas e rajadas de vento misturam-se às labaredas de fogo que imediatamente permeiam o local, até que a entidade aparece. O primeiro oferecimento é o poder de erradicar a peste. Sob oportunidade única, onde tudo lhe é podido, Fausto deseja mais.
Trata-se de uma mitologia alemã base da obra homônima de Goethe, que a seu turno é base para este filme. A obra também é base para o conto de Machado de Assis, A Igreja do Diabo, em texto complementar.
André Castilho
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=ihzBDamqjNA
A IGREJA DO DIABO
Fragmento de um conto de Machado de Assis, inspirado em Fausto
Capítulo primeiro
De uma ideia mirífica
Conta um velho manuscrito beneditino que o Diabo, em certo dia, teve a ideia de fundar uma igreja. Embora os seus lucros fossem contínuos e grandes, sentia-se humilhado com o papel avulso que exercia desde séculos, sem organização, sem regras, sem cânones, sem ritual, sem nada. Vivia, por assim dizer, dos remanescentes divinos, dos descuidos e obséquios humanos. Nada fixo, nada regular. Por que não teria ele a sua igreja? Uma igreja do Diabo era o meio eficaz de combater as outras religiões, e destruí-las de uma vez.
– Vá, pois, uma igreja – concluiu ele -. Escritura contra Escritura, breviário contra breviário. Terei a minha missa, com vinho e pão à farta, as minhas prédicas, bulas, novenas e todo o demais aparelho eclesiástico. O meu credo será o núcleo universal dos espíritos, a minha igreja, uma tenda de Abraão. E depois, enquanto as outras religiões se combatem e se dividem, a minha igreja será única; não acharei diante de mim nem Maomé, nem Lutero. Há muitos modos de afirmar; há só um de negar tudo.
Dizendo isto, o Diabo sacudiu a cabeça e estendeu os braços, com um gesto magnífico e varonil. Em seguida, lembrou-se de ir ter com Deus para comunicar-lhe a ideia, e desafiá-lo; levantou os olhos, acesos de ódio, ásperos de vingança, e disse consigo: “Vamos, é tempo.” E rápido, batendo as asas, com tal estrondo que abalou todas as províncias do abismo, arrancou da sombra para o infinito azul.
Fonte: https://machadodeassis.net/texto/a-igreja-do-diabo/28933/chapter_id/28934
REVOLUÇÃO ISLÂMICA
A Revolução Islâmica fez do Irã uma república baseada nos preceitos religiosos do islamismo.
Na década de 1970 o Irã era governado pelo xá Reza Pahlevi, o qual desenvolvia um governo concentrando os poderes em um pequeno círculo de amigos e aliados. Desde a década de 1940 o líder do país se mantinha no governo do Estado, sem se preocupar muito com as diferenças entre os pobres e os ricos, está se intensificou no decorrer da década de 1970. O regime do xá Reza Pahlevi gerava críticas ao plano econômico, mas principalmente quanto ao seu modo autoritário de conduzir a política no país.
O personagem com voz mais expressiva na oposição ao governante do Irã era o aiatolá Ruhollah Khomeini. O líder religioso e da oposição vivia exilado em Paris e de lá mesmo comandou as forças de oposição ao governo do xá, defendendo reformas sociais e econômicas no Irã, além de recuperar os valores religiosos e tradicionais do islamismo.
Somente no ano de 1979 que o líder da oposição conseguiu retornar ao Irã, no dia 1º de fevereiro, o que intensificou um quadro de estabilidade social e protestos. Nas vésperas do retorno de Khomeini ao Irã, a população do país deu início a um levante de oposição ao tipo de governo desenvolvido pelo xá Pahlevi, a chegada de Khomeini fez aguçar os protestos. Por vários lugares estouraram os confrontos entre os opositores e os partidários do regime vigente.
Finalmente, em 1979, o xá Pahlevi foi deposto do poder, no dia 1º de abril, e o Irã foi declarado uma República Islâmica. Reza Pahlevi fugiu do país e o aiatolá Khomeini assumiu o cargo de chefe religioso e governante do país. A Revolução Islâmica alterou profundamente a estrutura social do país, estabelecendo novas doutrinas que passavam em primeiro lugar pela questão religiosa. O processo revolucionário que inicialmente era guiado por anseios democráticos e de melhorias das condições de vida dos iranianos, resultou no governo de um chefe religioso que transformou o país em um Estado teocrático.
A revolução mudou a vida dos iranianos, os castigos corporais foram liberados, a pena de morte entrou em vigor contra os defensores do xá, prostitutas, homossexuais, marxistas e judeus, além de hábitos ocidentais como vestuário, minissaia, maquiagem, música ocidental, jogos e cinema.
FONTE: https://www.infoescola.com/historia/revolucao-islamica/