Continuando com a programação comemorativa referente aos 40 anos do Cineclube CDCC, na qual destacamos obras de distintos países, cada qual com sua influência e relevância para a amada sétima arte, abordaremos em julho o cinema latino-americano.
O cinema latino-americano é bastante amplo, representando bem toda a pluralidade dos países da América Latina e Central. Ganhando força na década de 1960, as produções retratavam, unanimemente, em sua estética, o universo periférico dos países de terceiro mundo, buscando despertar o pensamento político. Outro fator importante nas obras desta época era o caráter nacionalista, sempre presente, expondo as faixas marginalizadas da sociedade. Nessa perspectiva, as produções podem ser consideradas como obras mais críticas, que tinham como intuito a criação de uma identidade cultural única, indo na contramão dos blockbusters estadunidenses.
Por causa das ditaduras emergentes na década seguinte, muitos artistas buscaram exílio, em especial na Europa, e consequentemente, o caráter crítico das obras cinematográficas foi se perdendo. Neste período, o cinema se tornou um braço do Estado, um órgão de propaganda institucional e, em muitos países, a produção cinematográfica foi paralisada. Filmes considerados subversivos eram obrigados a circular na clandestinidade, nessas sociedades nas quais o cinema sofria fortes censuras.
A partir da década de 1980 até os dias atuais, o cinema latino-americano tem em comum a produção nacional voltada para consumo interno, integrando conceitos do cinema hollywoodiano nas produções locais, com o intuito de abranger um público mais heterogêneo. Juntamente, se tem a ocorrência de uma descentralização nas produções cinematográficas, democratizando o acesso e a representatividade de regiões antes excluídas.
Lucas Reis, equipe Cineclube