A MISSÃO
The Mission, Reino Unido, 1986, Drama, 125 minutos
Direção: Roland Joffé
Elenco: Robert De Niro, Jeremy Irons, Ray McAnally
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 anos (contém violência e nudez)
Áudio em inglês, com legendas em português
The Mission, dirigido por Roland Joffé e lançado em 1986, é uma obra-prima cinematográfica que mergulha profundamente em questões complexas e atemporais. Ambientado no contexto das missões jesuítas na América do Sul do século XVIII, o filme narra a história de redenção de Rodrigo Mendoza (Robert De Niro), um mercador de escravos e ex-militar que busca perdão e transformação espiritual após cometer um ato terrível.
O enredo desenrola-se em torno da relação entre Mendoza e o padre Gabriel, líder da missão jesuíta. Gabriel é retratado como uma figura de grande compaixão e fé, dedicado à proteção e ao bem-estar dos nativos guaranis, que vivem na missão sob sua tutela. A comunidade jesuíta busca representar um refúgio de paz e justiça em meio à violência e exploração dos colonizadores espanhóis e portugueses.
A trama se desenvolve à medida que as tensões entre os jesuítas e os colonizadores se intensificam. Os poderes coloniais veem as missões como uma ameaça à sua autoridade e interesses econômicos, o que leva a conflitos armados e dilemas éticos para os personagens principais. Mendoza, em particular, enfrenta um conflito interno enquanto busca reconciliar-se com seu passado violento e encontrar redenção através do serviço aos outros.
Um dos aspectos mais marcantes do filme é sua cinematografia deslumbrante. As vastas paisagens naturais da América do Sul são capturadas de maneira magnífica, proporcionando um cenário deslumbrante para a narrativa. As cenas de ação são visceralmente emocionantes, enquanto os momentos mais contemplativos são ricamente evocativos, principalmente devido a trilha sonora que nos acompanha, complementando perfeitamente as imagens e intensificando as emoções dos espectadores.
Embora The Mission tenha sido elogiado por sua qualidade cinematográfica e suas performances, alguns críticos apontam a simplificação de certos aspectos históricos e culturais, bem como questionam o tratamento dado às questões de colonialismo e religião. No entanto, apesar de suas imperfeições, o longa continua a ser uma obra cinematográfica poderosa e inesquecível, cujos temas universais e execução impressionante garantem seu lugar como um clássico do cinema.
Igor S. Santos