MICHELANGELO ANTONIONI: A MODERNIDADE E SEUS DESCONTENTAMENTOS
Nascido em 1912, na cidade de Ferrara, Itália, Michelangelo Antonioni foi um diretor, roteirista, editor e pintor, conhecido principalmente pelo seu impressionante trabalho de composição de cenas, além de seus mais reconhecidos filmes, Blow-Up – Depois Daquele Beijo (1966), e a trilogia da incomunicabilidade, composta pelos filmes A Aventura (1960), A Noite (1961) e O Eclipse (1962).
Seu cinema é descrito como enigmático e existencial, seus filmes revelam os desprazeres dos tempos modernos, não pelo excesso como outros diretores italianos, igual Federico Fellini, mas pelo vazio. Nas palavras de Jack Nicholson: “Enquanto a maioria dos filmes celebram a forma com que nós nos conectamos com o outro, os filmes de Antonioni lamentam as falhas na comunicação”.
Um cinema de ausência, não só em sua linguagem estética, mas em seu texto. Histórias sobre desaparecimentos, perdas e distâncias físicas e metafisicas, recortes de vidas in medias res, com finais inconclusivos, onde, nas palavras do próprio diretor, “o ator é um elemento na imagem”, que compõe uma paisagem usualmente melancólica.
Michelangelo Antonioni morreu em 2007 com 94 anos, após 62 anos de carreira e a produção mais de quinze longas-metragens. Sua musa, Monica Vitti, presente em todos filmes da trilogia, morreu em fevereiro de 2022, com 90 anos.
Vinícius Marcatti