Anna Karenina, Reino Unido, 1948, Drama/Romance, 111 minutos

Direção: Julien Duvivier

Elenco: Vivien Leigh, Ralph Richardson, Sally Ann Howes, Michael Gough

CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 ANOS

Contém: Relações Humanas, Diálogo Adulto

Áudio original em inglês, legendas em português

Anna Karênina é uma obra renomada de Tolstói que conta com diversas adaptações para o cinema. Na versão de Julien Duviver, o grande destaque é a protagonista Vivien Leigh, ganhadora do Oscar por …E o Vento Levou, que trabalha e enfatiza toda a complexidade da personagem, exaltando todas as suas nuances e contradições.

O início do filme nos traz uma frase do livro que serve como base para todo o desenvolvimento da história: “Todas as famílias felizes são iguais. As infelizes o são cada uma à sua maneira”. Mas existem famílias, exclusivamente, felizes? Faz sentido pensar que a união entre pessoas tão únicas e tão diversas entre si geram sempre o mesmo efeito de felicidade? Ou será que a experiência da vida nos faz oscilar constantemente, mesmo que de forma breve e momentânea, de maneira que nenhuma família consiga ocupar o mesmo estereótipo?

Pensando nisso, Anna parece ter tudo: uma família bem estruturada, um filho amoroso, marido influente, papel de destaque na sociedade, riquezas, beleza e carisma deslumbrantes. Ela é invejada e também referência de sucesso. Aos olhos externos, parece fazer parte de uma família feliz, igual a todas as outras. Entretanto, Anna sente um crônico vazio, ocasionado por uma estrutura social rígida, que não se preocupava em questionar e ressignificar os papéis atribuídos às mulheres, fazendo com que se sentissem incompletas e invalidadas, o que ocasionou em Anna, em uma busca por sentido, uma obsessão em um relacionamento extraconjugal, colocando toda a sua independência e sanidade em risco, ao mesmo tempo em que acompanhamos todo o sofrimento e contexto de exclusão social enfrentado pela personagem.

Fala-se muito em amor, mas aqui aparece como uma espécie de paranoia e fuga da realidade e de si mesma.

Vitória Sirius