They Live by Night, EUA, 1948, Romance/Policial, 95 minutos

Direção: Nicholas Ray

Elenco: Cathy O’Donnell, Farley Granger, Howard Da Silva, Jay C. Flippen

CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 12 ANOS

Contém: Drogas lícitas, violência

Áudio original em inglês, legendas em português

O início do longa é dado por uma apresentação inusitada: uma espécie de trailer sobre o romance que nos aguarda. Disso, temos um corte para a primeira tomada da história do cinema feita a partir de um helicóptero às alturas. Assim, adentramos à história, começando pela fuga de três detentos condenados à prisão perpétua, entre os quais está Bowie, que, diferentemente dos outros dois, não está interessado em viver do crime, mas, sim, em provar a sua inocência e se ver livre. Tendo sido preso muito novo, dos 16 aos 23 anos, muitas experiências são completamente novas, e o vemos, muitas vezes, hesitante ao tomar decisões, até mesmo carregando um ar de imaturidade.

Nas primeiras cenas após a fuga, Bowie conhece Keechie, sobrinha de um dos fugitivos, que vive em uma fazenda isolada no interior do Texas, a qual passa a ser usada como esconderijo inicial para os ex-detentos. De imediato, fica evidente a existência de uma conexão entre Keechie e Bowie, ambos inexperientes sobre o amor romântico. O grupo decide assaltar um banco, feito que é bem-sucedido, garantindo uma boa quantia de dinheiro para cada membro, possibilitando que cada um construa uma nova vida. Os jornais, entretanto, apontam Bowie como o líder da gangue, ficando extremamente conhecido em todo o país e sendo alvo das buscas policiais. Nesse novo contexto, Bowie foge com Keechie, com a esperança de, em algum momento, conseguirem viver uma vida considerada normal, como um casal comum, sem a constante perseguição dos fantasmas do passado.

O filme é considerado um noir pelos personagens “fora-da-lei”, atmosfera de tensão, fotografia saturada, carregada pelo contraste entre preto e branco, demarcando e questionando as barreiras entre bandidos e mocinhos, com o protagonista de caráter ambivalente, que aparenta ser bom, incapaz de ser, de fato, um vilão, mas, certamente, capaz de matar.

Vitória Sirius