Ágora, Espanha, 2009, Drama, 126 minutos
Direção: Alejandro Amenábar
Elenco: Rachel Weisz, Max Minghella, Oscar Isaac, Rupert Evans
Classificação indicativa: 16 anos
Contém: Assassinato
No século IV d.C. o cristianismo se tornou a principal religião do Império Romano, sendo mais tarde oficializada como a única permitida. Nesse período de grande convulsão social, houve diversos conflitos políticos atrelados à religião e ao fanatismo. Em Alexandria, considerada o centro intelectual do Império, não foi diferente; um lugar de grande aceitação se tornou palco para disputas sangrentas em nome da fé. Foi nesse contexto que viveu a filósofa, astrônoma e matemática Hipátia, mestra da Academia de Alexandria e uma das figuras mais importantes intelectualmente de sua época.
Hipátia era grande solucionadora de problemas, não apenas filosóficos (que englobavam as bases de algumas ideias posteriormente científicas), mas também políticos. No filme vemos como Hipátia pregava a pluralidade e o questionamento de ideias, traços que a tornaram reconhecida em todo o Império, mas que também a fez ser considerada como bruxa pelos católicos mais fervorosos. Apesar de não ser historicamente preciso, Alexandria nos mostra todo o efervescer de uma cidade fragmentada, a destruição da maior biblioteca de seu tempo, a morte do conhecimento e o amor por descobrir as verdades do mundo.
O filme ganhou 7 prêmios Goya, o mais importante do cinema espanhol, incluindo melhor filme, direção e edição. Nada mais justo para um longa que conta uma história fascinante e transporta o espectador para as ruas de Alexandria, para as igrejas quase clandestinas, para maior a biblioteca da Antiguidade, para a Àgora e os palácios. E, acima de tudo isso, apresenta uma personagem histórica de extrema importância de representação feminina no ambiente acadêmico e científico.
Lucas Henrique Sant’Anna