À Bout de Souffle, França, 1960, Drama, 90 minutos

Direção: Jean-Luc Godard

Elenco: Jean Seberg, Jean-Paul Belmondo, Daniel Boulanger, Jean-Pierre Melville e Henri-Jacques Huet

CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 anos

Contém: Violência, Conteúdo sexual, drogas lícitas

Onde encontrar: Telecine

Primeiríssima direção de Godard e um dos filmes que consolidaram a Nouvelle Vague na França, trata-se de uma narrativa única, que debaterá temáticas muito pertinentes a respeito do amor, da morte principalmente, mas de maneira muito sutil, através da ótica do protagonista e dos acontecimentos que vão delineando o corpo narrativo da obra, representando a morte, em princípio, sempre de maneira súbita e rápida. O contexto se configura na própria França, com a maior parte do filme se passando em Paris.

Em princípio, vemos o protagonista Michel furtando o carro de um militar e posteriormente cometendo um homicídio, fazendo que ele seja alvo de uma investigação policial. Ele vai até Paris e reencontra-se com Patricia, pessoa com quem partilha profundo interesse afetivo. Após algum tempo, ele percebe que está sendo procurado e decide então agilizar as coisas, aplicando golpes para conseguir algum dinheiro e insistindo incessantemente que a moça fuja com ele enquanto ela cede seu apartamento como refúgio. Após algum tempo, percebemos a complexidade do protagonista quando notamos que mesmo ele sendo um simples farsante, possui também uma função narrativa muito forte, de nos apresentar os pesos das nossas escolhas e suas consequências, sendo isto reforçado pelo fato do filme ser resultado quase que inteiramente de uma só das ações do protagonista. Nesse filme, observamos muitos diálogos “comuns” ou cotidianos e que demandam atenção para não se perder o foco narrativo intrínseco ao filme, apesar deste ser revelado inteiramente apenas com o desfecho da obra.

Assim, o filme possui uma narrativa linear, porém muito sútil com relação às ideias que quer passar durante o desenrolar da trama, sendo necessária muita atenção para não se perder pequenos detalhes que se configuram como essenciais, principalmente para a compreensão do filme.

Muito bem elogiada, a obra foi aclamada nos festivais Prix Jean Vigo e Festival de Berlim (Berlinale) em 1960.

 

Thiago Freire Nascimento