A PISCINA
La Piscine, França/Itália, 1969, Drama, 117 minutos
Direção: Jacques Deray
Elenco: Alain Delon, Romy Schneider, Maurice Ronet, Jane Birkin
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 anos (contém diálogos adultos)
Áudio original em francês, com legendas em português
Na famosa Côte d’Azur, costa sudeste da França conhecida por suas belas praias, o escritor e publicitário Jean-Paul aproveita suas férias na companhia da jornalista Marianne, sua namorada.
Hospedam-se na villa de um amigo que está de viagem para a Índia. O luxo do local é o pano de fundo de inúmeros momentos de felicidade e prazer para o jovem casal; à beira de uma enorme piscina, desfrutam de sua paixão, completamente isolados da sociedade. Contudo, o paraíso não pode durar por toda a eternidade: a visita de Harry, um velho amigo do casal, acompanhado de Pénélope, sua charmosa filha de dezoito anos, irá alterar por completo a dinâmica da relação dos namorados. Harry, um produtor musical e playboy que sempre está com um novo carro esportivo, traz à tona as memórias de uma antiga paixão com Marianne, e um crescente ciúme se apodera da alma de Jean-Paul. A partir daí uma trama de tensões sexuais se instaura na villa, culminando em um crime cometido à beira da titular piscina.
A obra foi um sucesso de bilheteria no fim dos anos 1960. Trouxe, no papel principal, o astro Alain Delon, contracenando com Romy Schneider, sua ex. Alguns anos antes, os dois tiveram um relacionamento conturbado e extremamente midiático, tendo sido apelidados pela imprensa tanto de “les amants magnifiques” quanto de “les amants terribles”. Anos depois, após a morte de Schneider, Delon declararia que revisitar o longa era doloroso demais para ele; em 2009, disse que Schneider tinha sido o amor de sua vida.
O filme utiliza o hedonismo de uma certa elite europeia como base para analisar as relações afetivas. O ciúme e a paixão, tão comuns nos corações humanos, são retratados pelo prisma de jovens ricos em cenários paradisíacos. Carros de luxo, festas regadas a álcool, corpos bronzeados e cuidadosamente preparados para serem vistos em público, são elementos a partir dos quais a obra constrói um drama de fortes conotações eróticas. E mostra como, mesmo num ambiente de luxos com os quais a maioria das pessoas não pode mais do que sonhar, mesmo nas famosas praias da costa mediterrânea da França, a tragédia pode nascer da possessividade e da paixão reprimida.
Luan Augusto Machado de Lima