L’Âge d’Or, França, 1930, Comédia, 60 minutos

Direção: Luis Buñuel

Elenco: Gaston Modot, Lya Lys, Caridad de Laberdesque

CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 ANOS

Contém: Erotização

Áudio original em francês, legendas em português

 

Sofrendo ameaças e ataques da extrema direita com o lançamento, e chamado de “a mais repulsiva corrupção de nossa geração” pelos jornais conservadores, A Idade de Ouro é considerado um dos mais provocativos trabalhos de Luis Buñuel contando uma história de amor surrealista enquanto revela e ataca a insanidade dos obstáculos culturais e morais da sociedade contemporânea.

 

Com roteiro escrito por Salvador Dali, a história segue os princípios surrealistas de libertação não apenas das restrições estéticas, mas também políticas. A Igreja, a etiqueta burguesa, a repressão social, todos os empecilhos que dificultam o casal principal de consumar seu amor são personificados, ampliados e distorcidos, dando um caráter sátiro à crítica. Situações do dia são contrastadas com elementos deslocados e um certo erotismo paira sobre as cenas, tudo isso, além de representar elementos comuns na obra de Dali, colaboram com a sensação de sonho, ou um pesadelo, para a moral conservadora da época.

 

Com a exibição desse filme, logo em seguida, será exibido Um Cão Andaluz (Un Chien Andalou, 1929, 16 minutos), um dos mais famosos filmes surrealistas, também dirigido por Luis Buñuel e escrito por Salvador Dalí. Contendo a famosa cena da navalha, o filme não segue uma narrativa linear: seguindo a lógica dos sonhos, é contado como uma sequência de acontecimentos aleatórios, oníricos, interligados por livre associação.

Vinícius Marcatti