The Lost City, EUA, 2005, Drama, 144 minutos
Direção: Andy Garcia
Elenco: Andy García, Dustin Hoffman, Bill Murray
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 ANOS
Contém: Assassinato, Agressão Física, Suicídio
Áudio em inglês com legendas em português
Havana, Cuba, final dos anos 1950. A efervescência política e os ânimos acirrados tomam conta do país, onde guerrilheiros revolucionários almejam a queda do ditador Fulgêncio Batista. A família Fellove acompanha a situação e prega, reiteradamente, que as tensões políticas jamais devem suplantar a máxima união entre os seus. Em vão.
Os principais membros da família são o pai, Frederico, e os filhos Ricardo, Luís e Fico, nosso protagonista. Fico é dono de uma grande boate, e dentro de casa observa as divergências políticas se acentuarem. Ricardo e Luís são entusiastas da revolução e dela participam a seus modos: enquanto o primeiro ingressa na coluna rural de Che Guevara, o segundo compõe a coluna urbana do chamado Diretório Revolucionário. Já o patriarca, respeitado professor de direito constitucional que é, defende que as mudanças na Ilha observem sempre o devido processo legal. Há, ainda, dois outros membros na família com certa importância no enredo: o tio Donoso, fumageiro e dono de uma fazenda de charutos; e Aurora, esposa de Luís, que fica aturdida diante das atividades clandestinas do marido.
Luís usa um codinome em suas operações – qual será? – e esboça a tomada do palácio presidencial. Ricardo é preso por agentes do governo. Fico usa de sua influência perante os militares para que seus irmãos não sofram consequências mais graves de suas investidas. Novamente em vão. Mas eis que os insurgentes enfim tomam o poder: Ricardo vira alto oficial e Aurora uma espécie de símbolo da revolução. Fico age com indiferença perante o novo governo, até que perseguem sistematicamente sua boate, baseando-se em princípios morais frágeis.
Até que ponto a situação é sustentável? A ditadura foi derrubada ou somente trocada? Onde os ideais começam a se corroer? Nenhum passo atrás, nem mesmo por impulso.
André Castilho