Kóblic, Argentina, 2016, Suspense, 93 minutos
Direção: Sebastián Borensztein
Elenco: Ricardo Darín, Oscar Martinez, Inma Cuesta
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 anos (contém drogas lícitas, e violência)
Áudio em espanhol, com legendas em português
Durante a Guerra Fria, deflagrava na América do Sul vários golpes de estados com a influência dos EUA e com propósito de combater grupos de esquerda e diminuir a presença do comunismo no continente. Os militares dos países latino-americanos revogaram as constituições dos seus respectivos países e cercearam os direitos humanos dos seus compatriotas. Esse período marcou profundamente a história da América Latina. Entre essas ditaduras se destaca a da Argentina como a mais sanguinária entres os regimes. Além disso, várias formas de torturas foram usadas contra opositores nesse período e uma das inúmeras práticas perversas ficou conhecida como o “voo da morte”, quando militares drogavam presos políticos e durante o voo defenestravam as vítimas ainda vivas ao mar.
Kóblic, um piloto da marinha Argentina adormentado pelo que presenciou durante a sua última missão, decide desertar das forças armadas. Fugindo para uma cidadezinha onde seu amigo conseguiu arrumar um emprego e um lugar aonde ele possa morar. Mas, a sua tentativa de recomeçar uma nova vida fica ameaçada quando o delegado da cidade, o senhor Velarde se interessa em
descobrir informações do novo habitante. Em paralelo, o ex-capitão acaba por desenvolver um romance por Nancy, funcionária do posto de gasolina, que tem um obscuro relacionamento com o proprietário, que por vezes viaja. Após receber a informação que o novo habitante da cidade é oficial das forças armadas, Velarde vai atrás de respostas para saber o motivo de um oficial estar em sua cidade. A trama vai ganhando ar de suspense à medida que as interações entre os personagens ficam mais intensas. Com um final surpreendente a película nos faz refletir sobre o passado atroz da ditatura militar e suas vítimas silenciadas.
O longa metragem ganhou dois prêmios no Málaga Film Festival, o de melhor ator coadjuvante e melhor fotografia.
João Victor Sant’Anna