Edipo Re, Itália, Drama, 1967, 104 minutos
Direção: Pier Paolo Pasolini
Elenco: Silvana Mangano, Franco Citti, Alida Valli
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 16 ANOS
Contém: Nudez, Violência
Áudio em italiano com legendas em português
“Todos nós, que nos acercamos de teu lar, vemos em ti o primeiro dos homens, quando a desgraça nos abala a vida. Porque tu livraste Tebas do tributo que nós pagávamos à cruel Esfinge; sem que tivesses recebido de nós qualquer aviso, mas com o auxílio de algum deus, salvaste nossas vidas. Hoje aqui estamos, Édipo; a ti, cujas virtudes admiramos, nós vimos suplicar que, valendo-te dos conselhos humanos, ou do patrocínio dos deuses, dês remédios aos nossos males!”
Estamos no reino de Corinto, Grécia Antiga. Um bebê é levado ao deserto para ser sacrificado, mas o incumbente se compadece e o abandona. Resgatado, é levado para o Rei Pólibo, que o acolhe imediatamente e lhe nomeia Édipo.
Já crescido, o menino é chamado de enjeitado por um colega, e esta revelação lhe toma de tal maneira que, após sucessivos pesadelos, decide consultar um oráculo. Dias depois de uma longa viagem, chega a ele e ouve uma profecia que o deixa estuporado. Temendo que aquilo se cumpra, não volta a Corinto.
Perambulando pelo deserto, chega no reino vizinho Tebas e presencia grande êxodo. Uma esfinge, com seu famoso “decifra-me ou devoro-te”, espalha pragas aos tebanos. Com tamanha assolação, decreta-se que quem derrubá-la se tornará rei de Tebas e consequentemente se casará com a Rainha Jocasta, e Édipo logra.
Na sequência, Tebas sofre uma grande chaga. A população clama ao agora rei – e então se contextualiza o excerto de introdução desta resenha – e o oráculo é novamente consultado. A solução para o flagelo está ali diante de todos, e se confunde com o próprio percurso de Édipo e com aquela profecia. Ligados todos os pontos, Édipo sucumbe.
O excerto acima é da obra original de Sófocles, base deste filme. Aquilo que não se deseja saber, não existe. No entanto, o que se deseja saber…existe!
André Castilho