A ILHA DO DR. MOREAU
The Island of Dr.Moreau, Estados Unidos, 1996, Ficção Científica/Terror, 96 minutos
Direção: John Frankeinheimer
Elenco: Marlon Brando, Val Khilmer, David Thewlis, Fairuza Balk
Classificação Indicativa: 14 anos (contém violência)
Áudio em inglês, com legendas em português

Após sobreviver a um acidente de avião no Mar de Java, Edward Douglas, negociador das Nações Unidas, se vê perdido num bote em meio à imensidão do Oceano Pacífico. Quando as suas esperanças de sobrevivência já se esvaíam, ele é resgatado por um barco que passava pelo local. A bordo, é tratado pelo Dr. Montgomery, que promete levá-lo para a ilha de Timor. Contudo, os dois desembarcam na ilha do misterioso Dr. Moreau, onde Douglas recebe a nova promessa de poder usar o rádio para solicitar o seu resgate — mas apenas quando o aparelho for consertado. Preso na ilha, Douglas descobre, pouco a pouco, que os experimentos do Dr. Moreau, um ganhador do Prêmio Nobel que estava desaparecido há anos, ocultam, sob uma aparência de busca imparcial da verdade, uma natureza muito mais macabra.

O filme é uma adaptação de um romance homônimo de H.G. Wells, publicado em 1896; e, embora a narrativa original seja ainda do final do século XIX, os seus temas profetizam algumas das discussões mais importantes dos séculos XX e XXI. Questões como a ética na ciência, experimentos com animais, a busca incessante pelo poder, o totalitarismo teocrático, entre outras, estão entre as temáticas levantadas pela obra, e são fundamentais para o exame de muitos dos acontecimentos centrais dos últimos cem anos.

A película é hoje mais lembrada pelo seu processo de produção caótico, incluindo uma substituição de diretor ainda na primeira semana e conflitos entre o elenco, além das dificuldades da filmagem nas florestas tropicais da Austrália. Esses problemas provavelmente macularam a concepção do longa-metragem, fazendo com que ele não alcançasse toda a qualidade artística que poderia ter. A despeito disso, o filme merece uma reavaliação crítica: para além do estranhamento (intencional ou não) que a obra provoca nos espectadores, se escondem méritos que o tempo ainda não foi capaz de reconhecer.

Luan Augusto Machado de Lima

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