No, Chile, 2012, Drama, 118 minutos

Direção: Pablo Larraín

Elenco: Gael García Bernal, Alfredo Castro, Antonia Zegers, Diego Morera, Luis Gnecco 

CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 12 anos

Contém: Violência 

Onde encontrar: YouTube

O filme apresenta de forma magnífica e de uma maneira inovadora, um momento histórico do Chile. A população se vê acuada entre uma importante escolha: votando sim para a permanência de uma ditadura disfarçada de democracia ou um passo para um futuro mais brilhante e otimista, votando não.

Em uma sociedade oprimida e digna de uma distopia, a história mostra o trabalho de René Saavedra, um publicitário bem-sucedido que se encontra em um dilema: continuar a fazer o seu trabalho e não se envolver com as eleições do plebiscito organizado pelo ditador Pinochet ou colocar a sua vida e a da sua família em risco em uma frente publicitária contra a opressão sofrida por anos. Hesitante, René, junto com os organizadores dos partidos de esquerda, adentram na campanha do Não, que se mostra um trabalho árduo pois só se tem 15 minutos por dia, durante 27 dias, para apresentar a campanha em rede nacional, sendo que René possui a difícil missão de conciliar diversos pensamentos divergentes em uma só frente, sendo necessário fazer profundas mudanças no material bruto, que mostrava cenas de manifestações e lutas políticas, por um material mais inspirador e otimista.

Infelizmente a luta pela libertação das amarras da ditadura não seria fácil. O ditador Pinochet usa de perseguição para atacar a oposição, usa de truques sujos como: assistir antecipadamente cada vídeo da campanha de seus adversários para construir uma destruidora réplica, usar da censura para impedir que diversas verdades se tornem conhecidas em toda a nação, entre outras inúmeras ações digna de uma ditadura.

O filme insere um sentimento de medo e apreensão em seus espectadores, condizente com o contexto da sociedade, onde não se tem segurança nenhuma para que os opositores possam continuar a fazer seus trabalhos sem a intervenção do Estado, ou para que não sejam presos no dia seguinte da primeira publicação. É possível que o público possa sentir revolta e dor com os acontecimentos da obra, chegando a questionar se seria possível vencer um plebiscito armado.

Lucas Reis