The King’s Speech, Reino Unido, 2010, Drama/Biografia, 118 minutos
Direção: Tom Hooper
Elenco: Colin Firth, Geoffrey Rush, Helena Bonham Carter
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 12 anos
Contém: Drogas Lícitas, Linguagem Imprópria
Áudio em inglês, legendas em português
Na Inglaterra do período que antecede a Segunda Guerra Mundial, o príncipe e duque de York, Albert Frederik George, sofria
profundamente nos momentos de seus importantes discursos, já que era gago. Tratava-se de um problema persistente e muito
sério, em que até no seu dia a dia, quando precisava lidar com assuntos mais delicados, por vezes a sua voz saia aos atropelos, e
conforme um episódio começava, era só questão de tempo para ficar silenciado pela condição.
Buscando os mais diferentes tratamentos para suprimir a sua deficiência, o monarca se depara com o não ortodoxo Lionel Logue, um confiante e excêntrico terapeuta da fala que não só pretende ajudar o duque, mas também se aproximar para além da distância que existia entre nobres e plebeus, para conseguir trazer à tona os profundos motivos que tornavam o distúrbio tão severo. Assim, se desenrola a história de um comovente drama biográfico que aposta em uma abordagem sobre uma perspectiva da compreensão radical de um transtorno.
O filme mostra como, justamente por fazer parte da nobreza inglesa, os indivíduos devem manter um decoro tal que as relações de amizade devem ser reservadas apenas aos lordes, o que culmina em convivências superficiais e certo isolamento. Além disso, é abordado o grandioso enfoque na família real britânica, que deve sempre ter uma conduta a servir de exemplo para a nação, resultando na vivência de um ambiente sempre muito polido e intenso. No entanto, a quebra dessas “tão necessárias” condutas, por parte do terapeuta, causam as maiores quebras de expectativa e trazem uma leveza e profundidade marcantes para a obra.
Portanto, com uma impecável trilha sonora, digna da realeza e da cordialidade britânica, O Discurso do Rei traz excelentes
discussões sobre transtornos e relações humanas. Além disso, o filme é dotado de atuações fantásticas e derradeiros momentos de
tensão reservados aos últimos minutos que antecedem as falas públicas do duque de York. Ademais, vale comentar as premiações,
contanto com 4 Oscar recebidos: melhor roteiro original, melhor ator, melhor diretor e melhor filme de 2010.
Thiago Freire Nascimento