PERSONA
Suécia, 1966, Drama, 85 minutos
Direção: Ingmar Bergman
Elenco: Bibi Andersson, Liv Ullmann, Margaretha Krook
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 anos (contém violência e drogas)
Áudio em Sueco, com legendas em português

Em uma entrevista concedida em 1962, Bergman sintetizou o seu filme Persona com as palavras: “[…] é uma história de uma pessoa que fala de outra pessoa que não diz nada. Em seguida, elas comparam suas mãos e finalmente elas se fundem uma na outra”. Assim, mais detalhadamente, temos que Alma, uma enfermeira de um hospital religioso, é designada a cuidar de Elisabeth Vogler, uma atriz que parece apresentar sintomas histéricos, a ponto de não se comunicar verbalmente a tempos. Logo após, como forma de apelo devido ao insucesso nos tratamentos, Elisabeth é enviada a uma casa reclusa junto de Alma, onde ocorre todo o desenrolar do filme.

Disso, acompanhamos o desenvolvimento da estranha relação das duas protagonistas; descobrimos mais do passado de Elisabeth e vemos Alma buscar curar sua paciente assim como um analista o faria. Ela vê o silêncio de Elisabeth como um grito de ajuda de uma pessoa que se perdeu em si mesma. Acompanhamos, assim, longas conversas entre as duas, onde Alma busca abrir-se e assim, de alguma forma, fazer com que sua companheira se liberte. Porém, no processo, a enfermeira precisa lidar com seus próprios problemas, antes reprimidos, que agora a consomem a ponto de tentar transferir a sua dor para Elisabeth, e mais, de também tomar a dor dela para si.

O filme trata-se de mais um dos casos que Bergman busca construir uma narrativa sobre a psique humana. O fato de sua ideia inicial nascer em meio a um período de grandes complicações ligadas a saúde do diretor, como a broncopneumonia, explicita o caráter existencial do filme. E também se juntando novamente a Sven Nykvist na fotografia, onde ambos trazem uma fusão de elementos psicológicos dos personagens com a montagem das cenas e ao uso de sombras. Assim, junto das atuações de Bibi Andersson e Liv Ullmann, que influenciaram no roteiro de Ingmar, o filme tornou-se um dos maiores clássicos do cinema.

Igor S. Santos

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